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sexta-feira, 17 de julho de 2009

A alegria dos céus
















"Talvez a tragédia nos seja permitida como uma espécie de comédia benigna: porque a frenética energia das coisas divinas nos derrubaria como uma farsa de bêbados. Podemos aceitar as próprias lágrimas mais facilmente do que poderíamos aceitar a tremenda leveza dos anjos. Assim ficamos sentados talvez num quarto estrelado e silencioso, enquanto a risada dos céus é forte demais para nossos ouvidos.
A alegria, que foi a pequena publicidade do pagão, é o gigantesco segredo do cristão. [..] A tremenda figura que enche os evangelhos ergue-se altaneira nesse respeito, como em todos os outros, acima de todos os pensadores que jamais se consideraram elevados.
A compaixão dele era natural, quase casual. Os estóicos, antigos e modernos, orgulhavam-se de ocultar as próprias lágrimas. Ele nunca ocultou as suas;[..] No entanto, alguma coisa ele ocultou [..]
Digo-o com reverência; havia naquela chocante personalidade um fio que deve ser chamado de timidez. Havia algo que ele encobria constatemente por meio de um abrupto silêncio ou um súbto isolamento. Havia uma certa coisa que era demasiado grande para Deus nos mostrar quando ele pisou sobre esta nossa terra. Às vezes imagino que era a sua alegria."

G.K. Chesterton - Ortodoxia.
A foto do início é da Bianca, minha sobrinha.
Usei o Photoshop para brincar com a foto.

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