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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um Olhar de Fé


" Olhando ao Longo do Feixe de Luz Lewis iniciou seu ensaio fazendo referência ao curioso fenômeno de glossolália, ou falar em línguas. Como é curioso, comentou, que um acontecimento inegavelmente "espiritual", a descida do Espírito Santo no Pentecostes, se expressasse no estranho fenômeno humano de falar em um outro idioma. Para os espectadores de Pentecostes, isso fazia lembrar a embriaguez; para muitos observadores "científicos" de nossos dias a glossolália faz lembrar histeria ou um desequilíbrio nervoso.

Como é que ações assim naturais, como é o caso do movimento das cordas vocais, podem expressar a habitação sobrenatural por parte do Espírito Santo de Deus?

Lewis sugeriu a analogia de um feixe de luz num escuro depósito de ferramentas. Quando, pela primeira vez, entrou num depósito, viu um raio de luz e olhou para o luminoso feixe de brilho, repleto de partículas de poeira flutuando. Mas, quando se aproximou do feixe e olhou ao longo dele, ganhou uma perspectiva bem diferente. Repentinamente viu não o feixe, mas, emolduradas pela janela do depósito, folhas verdes balouçando nos galhos de uma árvore lá fora e, além da árvore, a 149 milhões de quilômetros de distância, o Sol.

Olhar para o feixe de luz e olhar ao longo do feixe de luz são coisas bem diferentes.

Nosso século é insuperável em técnicas de olhar para o feixe; "reducionismo" é a palavra mais comumentemente empregada para descrever esse processo. Podemos "reduzir" o comportamento humano a neurotransmissores e enzimas, reduzir borboletas a moléculas de DNA, e reduzir pores-do-sol a ondas com partículas de luz e energia.
Em suas formas mais extremas, o reducionismo encara a religião como projeção psicológica, história mundial como luta evolucionista e o próprio pensamento como apenas a abertura e fechamento de bilhões de "bytes" de computador, no cérebro.

Este mundo moderno, tão traquejado em olhar de todos os ângulos para o feixe de luz, é um mundo hostil à "fé". Através da maior parte da história, todas as sociedades normalmente aceitaram a existência de um mundo invisível e sobrenatural. De que outra forma poderiam explicar maravilhas tais como um nascer do Sol, um eclipse, uma tempestade? Mas agora podemos explicá-los, e mais do que isso. Podemos reduzir a maioria dos fenômenos naturais, e até mesmo a maioria dos fenômenos espirituais, aos elementos que os compõem.

Como Lewis observou acerca da glossolália, até mesmo os atos mais "sobrenaturais" expressam-se nesta terra em formas "naturais". "

Philip Yancey - "Decepcionado Com Deus."
Negritos e itálicos foram adicioanos por mim.

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